quarta-feira, 31 de julho de 2013

25 de julho –“ Dia do Colono e Motorista: duas forças que se complementam produzindo e  levando  vida às comunidades”.

Enquanto o colono com seu trabalho pesado produz no dia a dia os grãos que alimentam as gerações, o motorista cruza as fronteiras  dia e noite transportando o alimento  e outras riquezas.
Para homenagear todos os colonos e motorista do nosso município, o jornal Comunidade em Destaque foi buscar  histórias de vida.

Uma delas é a do motorista Volnei Bergonsi, de 46 anos, que trabalha de motorista desde os 18 anos. Casado com Marilúcia Tonezer  e pai de Diego (in memorian) e de Caroline, Volnei disse que nestes 28 anos já transportou um pouco de tudo; frangos, ração, brita, asfalto, depois passou a dirigir carreta com leite e hoje já trabalha há mais de 8 anos na Scapini, onde transporta cargas diversas, como sabão, cigarro, geradores e tantos outros produtos. Volnei conhece o Brasil todo, do Acre, Amazonas, Belém, Teresina, Manaus, Uberlândia, Belo Horizonte, Rio de janeiro, São Paulo, Goiás, enfim todo o país.  Hoje para atravessar o Brasil, disse que leva em torno de 15 dias, por causa das paradas necessárias nos postos de fiscalização e das novas normas de trânsito. As cargas que mais gosta de levar são as de leite e as cargas que não gosta são as de cigarro. Perguntamos sobre os lugares mais bonitos e ele respondeu prontamente “Aparecida do Norte e Belém”.  Não é novidade para ninguém que a vida de camioneiro é sofrida e solitária, Volnei faz seu próprio alimento e dorme no caminhão e mesmo gostando da sua profissão, às vezes sente falta do conforto de uma casa, de estar com a família. Quando tem oportunidade, Marilucia e Carol viajam com ele, mas poucas vezes isto é possível. Marilucia disse que acostumou com essa vida, criou os dois filhos sozinha, foi mãe e pai para eles, mas disse que as vezes dá muita saudade e vontade de compartilhar mais a vida, mas tem que ser assim. Gosta de viajar com o marido mas é muito apegada à sua casa e ao conforto dela. Já a filha Carol gosta muito de viajar com o pai nos tempos de férias, disse que sente muita saudade do pai quando ele fica muito tempo  sem voltar. Perguntamos ao Volnei o que ele pretende fazer quando se aposentar e ele disse que vai continuar trabalhando como motorista, mas não pretende mais viajar para longe, apesar de gostar muito da sua profissão reconhece que hoje este trabalho está muito perigoso por causa dos assaltos e dos acidentes principalmente por causa dos motoristas que desrespeitam o trânsito, desrespeitam as leis, forçam ultrapassagens, provocam acidentes e colocam em risco a vida de outros motoristas. Outra dificuldade apontada por Volnei é o grande aumento de carros nas estradas. Volnei também disse estar preocupado com a falta de motoristas, disse que hoje é comum ver as empresas com caminhões parados no pátio por falta de motoristas, mas disse também que o motorista não é valorizado, trabalha muitas horas por dia, mas não recebe hora extra e hoje com a lei do descanso que as empresas exigem, fica parado muitas horas e acaba perdendo de 25 a 30% do seu salário.

 Perguntamos se ele lembrava de um fato engraçado, é claro que ele lembrou de muitos, mas contou que quando puxava frango, carregou de madrugada em Nova Alvorada e saiu andando, mais adiante passou em uma sanga,  onde patinou um pouco, mas saiu andando e percebeu que o caminhão andava mais leve, um bom tempo depois parou para tomar café e viu que tinha só meia carga, voltou rápido e encontrou a outra parte da carga dentro do arroio.  Volnei está pronto para sair novamente de viagem, ainda não sabe para onde vai e queremos desejar a ele que faça uma boa viagem e em breve possa retornar. Através desta história queremos prestar homenagem a  todos os motoristas do nosso município, em especial os motoristas da saúde, do transporte escolar e de passageiros, que todos sigam sempre iluminados .

Outra história de vida é a dos irmãos Pedralli, Elton, Edson e Jair que trabalham há 22 anos no plantio de verduras. Elton  iniciou ainda pelo Projeto de Arroio do Meio onde em torno de 40 produtores de Arroio do Meio, Capitão e Travesseiro receberam incentivo do município que colocou um técnico da área à disposição, além do apoio da Emater.  Depois passou a contar com a ajuda dos irmãos e aos poucos foram ampliando as plantações. O forte da colheita sempre foi o repolho, couve flor e pepino mais no verão. Mas agora já diversificaram a produção e atendem todas as escolas do município dentro do Programa da Agricultura familiar,  produzindo alface, moranga, batata doce, aipim, milho verde, beterraba, cenoura e feijão, produtos sempre fresquinhos que são entregues semanalmente nas escolas, de acordo com os cardápios da nutricionista. Eles também tem uma grande preocupação com o uso de produtos químicos que só são usados com orientação e em casos de muita necessidade, sempre observando os prazos de carência. Atualmente plantam uma área de mais de 4 hectares com trabalho essencialmente manual, arando a terra a boi, para torná-la mais fofa e usando a velha amiga enxada. Além das escolas, com a sua produção atendem alguns mercados de Capitão, restaurantes e mercados de Arroio do Meio e as sobras da produção vão para a CEASA em Porto Alegre. Perguntamos se o negócio é lucrativo e Elton respondeu que dá para viver tranquilo e é muito bom porque você faz teu ritmo de trabalho e não tem horário fixo para cumprir, além de viver em meio à natureza, criar alguns animais, mas disse que não adianta se iludir porque não dá pra enriquecer e há alguns anos atrás o faturamento já esteve melhor.  São historias de vida simples como a simplicidade de quem trabalha na terra, semeando e colhendo os produtos que alimentam o mundo.

  

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