25 de julho –“ Dia do Colono e Motorista: duas forças que se
complementam produzindo e levando vida às comunidades”.
Enquanto o colono com seu trabalho pesado produz no dia a
dia os grãos que alimentam as gerações, o motorista cruza as fronteiras dia e noite transportando o alimento e outras riquezas.
Para homenagear todos os colonos e motorista do nosso
município, o jornal Comunidade em Destaque foi buscar histórias de vida.
Uma delas é a do motorista Volnei Bergonsi, de 46 anos, que
trabalha de motorista desde os 18 anos. Casado com Marilúcia Tonezer e pai de Diego (in memorian) e de Caroline,
Volnei disse que nestes 28 anos já transportou um pouco de tudo; frangos,
ração, brita, asfalto, depois passou a dirigir carreta com leite e hoje já
trabalha há mais de 8 anos na Scapini, onde transporta cargas diversas, como
sabão, cigarro, geradores e tantos outros produtos. Volnei conhece o Brasil
todo, do Acre, Amazonas, Belém, Teresina, Manaus, Uberlândia, Belo Horizonte,
Rio de janeiro, São Paulo, Goiás, enfim todo o país. Hoje para atravessar o Brasil, disse que leva
em torno de 15 dias, por causa das paradas necessárias nos postos de
fiscalização e das novas normas de trânsito. As cargas que mais gosta de levar
são as de leite e as cargas que não gosta são as de cigarro. Perguntamos sobre
os lugares mais bonitos e ele respondeu prontamente “Aparecida do Norte e
Belém”. Não é novidade para ninguém que
a vida de camioneiro é sofrida e solitária, Volnei faz seu próprio alimento e
dorme no caminhão e mesmo gostando da sua profissão, às vezes sente falta do
conforto de uma casa, de estar com a família. Quando tem oportunidade,
Marilucia e Carol viajam com ele, mas poucas vezes isto é possível. Marilucia
disse que acostumou com essa vida, criou os dois filhos sozinha, foi mãe e pai
para eles, mas disse que as vezes dá muita saudade e vontade de compartilhar
mais a vida, mas tem que ser assim. Gosta de viajar com o marido mas é muito apegada
à sua casa e ao conforto dela. Já a filha Carol gosta muito de viajar com o pai
nos tempos de férias, disse que sente muita saudade do pai quando ele fica
muito tempo sem voltar. Perguntamos ao
Volnei o que ele pretende fazer quando se aposentar e ele disse que vai
continuar trabalhando como motorista, mas não pretende mais viajar para longe,
apesar de gostar muito da sua profissão reconhece que hoje este trabalho está
muito perigoso por causa dos assaltos e dos acidentes principalmente por causa
dos motoristas que desrespeitam o trânsito, desrespeitam as leis, forçam
ultrapassagens, provocam acidentes e colocam em risco a vida de outros
motoristas. Outra dificuldade apontada por Volnei é o grande aumento de carros
nas estradas. Volnei também disse estar preocupado com a falta de motoristas,
disse que hoje é comum ver as empresas com caminhões parados no pátio por falta
de motoristas, mas disse também que o motorista não é valorizado, trabalha
muitas horas por dia, mas não recebe hora extra e hoje com a lei do descanso
que as empresas exigem, fica parado muitas horas e acaba perdendo de 25 a 30%
do seu salário.
Perguntamos se ele lembrava de um fato engraçado, é claro que
ele lembrou de muitos, mas contou que quando puxava frango, carregou de
madrugada em Nova Alvorada e saiu andando, mais adiante passou em uma
sanga, onde patinou um pouco, mas saiu
andando e percebeu que o caminhão andava mais leve, um bom tempo depois parou
para tomar café e viu que tinha só meia carga, voltou rápido e encontrou a
outra parte da carga dentro do arroio.
Volnei está pronto para sair novamente de viagem, ainda não sabe para
onde vai e queremos desejar a ele que faça uma boa viagem e em breve possa
retornar. Através desta história queremos prestar homenagem a todos os motoristas do nosso município, em
especial os motoristas da saúde, do transporte escolar e de passageiros, que
todos sigam sempre iluminados .
Outra história de vida é a dos irmãos Pedralli, Elton, Edson
e Jair que trabalham há 22 anos no plantio de verduras. Elton iniciou ainda pelo Projeto de Arroio do Meio
onde em torno de 40 produtores de Arroio do Meio, Capitão e Travesseiro
receberam incentivo do município que colocou um técnico da área à disposição,
além do apoio da Emater. Depois passou a
contar com a ajuda dos irmãos e aos poucos foram ampliando as plantações. O
forte da colheita sempre foi o repolho, couve flor e pepino mais no verão. Mas
agora já diversificaram a produção e atendem todas as escolas do município
dentro do Programa da Agricultura familiar,
produzindo alface, moranga, batata doce, aipim, milho verde, beterraba,
cenoura e feijão, produtos sempre fresquinhos que são entregues semanalmente
nas escolas, de acordo com os cardápios da nutricionista. Eles também tem uma
grande preocupação com o uso de produtos químicos que só são usados com
orientação e em casos de muita necessidade, sempre observando os prazos de
carência. Atualmente plantam uma área de mais de 4 hectares com trabalho
essencialmente manual, arando a terra a boi, para torná-la mais fofa e usando a
velha amiga enxada. Além das escolas, com a sua produção atendem alguns
mercados de Capitão, restaurantes e mercados de Arroio do Meio e as sobras da
produção vão para a CEASA em Porto Alegre. Perguntamos se o negócio é lucrativo
e Elton respondeu que dá para viver tranquilo e é muito bom porque você faz teu
ritmo de trabalho e não tem horário fixo para cumprir, além de viver em meio à
natureza, criar alguns animais, mas disse que não adianta se iludir porque não
dá pra enriquecer e há alguns anos atrás o faturamento já esteve melhor. São historias de vida simples como a
simplicidade de quem trabalha na terra, semeando e colhendo os produtos que
alimentam o mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário