O tema Maioridade Penal
O tema Maioridade
Penal que está sendo amplamente discutido no Congresso Nacional e no Senado
Federal em função da PEC nº 33/2012, do Senador Aloysio Nunes do PSDB, que propõe a redução da maioridade penal de
18 anos para 16 anos está mobilizando os
mais diferentes órgãos e setores. Na opinião do senador, se um rapaz de 16 anos
é considerado maduro o suficiente para votar para presidente da República (e
todos os demais cargos eleitos), por que não será visto como alguém capaz
perfeitamente de distinguir o certo do errado quando, por exemplo, comete um
assassinato?
No entanto, opiniões
e pareceres contra ou a favor desta
mudança trazem a tona uma série de outras questões que muitas vezes estão
encobertas. Debatida na CCJ Comissão de
Constituição e Justiça, a medida proposta é considerada inconstitucional por
algumas instituições e afirmam que não trará maior proteção à sociedade, afirmam que só esta medida não diminuirá a
violência no país e tão somente vai sobrecarregar ainda mais o crítico sistema
penitenciário do país, que está colocando criminosos perigosos em liberdade por absoluta falta de vagas nos
presídios.
Se por um lado uma pesquisa mostra que 93% dos paulistanos
está a favor da redução da maioridade penal para 16 anos, por outro, os
melhores juristas do país condenam esta mudança . É verdade que a população
reage emocionalmente depois de crimes chocantes, como o do jovem que três dias
antes de completar 18 anos, matou um
estudante, mas essa percentagem nunca ficou abaixo de 80%. O Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA vem significando uma espécie de licença para
delinquir, com consequências brandas para os “infratores” (leia-se criminosos).
Não por acaso, inúmeras quadrilhas utilizam “menores” em sua linha de frente da
bandidagem e do crime por essa razão. O jovem, de 19 anos, estudante de
Comunicação, viu-se surpreendido e abordado por jovens criminosos diante de sua
casa e, embora tenha entregue o que os
bandidos pretendiam — seu celular –, não esboçasse reação e mantivesse as mãos
ao alto, foi morto com um tiro na cabeça. O bandido “menor”, com nutrida folha
corrida conforme descobriu mais tarde a polícia, matou-o com a indiferença de
quem esmaga uma barata. Outro crime
chocante, o menor que queimou viva a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza
também era freguês da polícia. Estariam estes
prontos para a maioridade penal?
O que pensam os jovens sobre o tema
Alunos do 2° B do Ensino Médio com 16 anos são da opinião que tem adolescentes entre 16
e 18 anos, que cometem crimes e não são punidos por causa da idade e por isso
são a favor da maioridade penal aos 16 anos. Entendem que o jovem ao assumir
suas responsabilidades como trabalhar, votar será capaz também de responder
pelos seus atos e sofrer as
consequências.
Na mesma turma um grupo de alunos de 15 anos entende que
ainda é cedo e que um jovem nesta idade não tem maturidade suficiente para
assumir todas as responsabilidades. É contra a aprovação da Maioridade Penal
aos 16 anos e justifica que ainda com 18 anos é cedo para assumir algumas
responsabilidades. A prova disso é que a maioria dos jovens nesta idade ainda
está na casa dos pais.
Quem já tem mais de 16 anos também é contra a medida. Os
rapazes são da opinião de que mesmo com 18 anos o jovem não tem maturidade
suficiente para ser responsável por todos os seus atos, pois mesmo trabalhando
ainda dependem do apoio e ajuda da família
para se manter e se estruturar. Na opinião deles a lei deve ficar como
está e ter uma lei especial para punir os jovens que cometem crimes.
O casal Astor e Eliane Pfeifenberg que tem dois filhos Renan de 15 anos e Arthur de
12 anos, são totalmente a favor da redução da maioridade penal de 18 para 16
anos. Na opinião de Astor, se o jovem
tem idade para trabalhar e para votar pode tranquilamente ser responsabilizado
pelos seus atos e suas ações. Eliane diz
que se o jovem tem capacidade para planejar um crime, também tem capacidade
para responder pelo que fez e talvez assim muitos jovens irão pensar melhor
antes de cometer certos crimes. Mas
também salientam que responsabilidade, compromisso e caráter de uma pessoa são
formados a partir da educação, e dos valores que a família pratica através da
convivência diária.
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