Alterações no solo causam preocupação em São Jacó
Um fenômeno um tanto curioso e raro está deixando os
moradores da localidade de São Jacó
intrigados e receosos. As chuvas
torrenciais ocorridas no final de agosto e nos primeiros dias do mês de
setembro provocaram um deslocamento de terras na propriedade da família Feil.
Por ser uma propriedade desabitada, o fenômeno só foi
percebido pela família Facchi que passa por uma estrada de roça e constatou que
em certo trecho a estrada havia sumido, percebendo então as rachaduras no solo.
Imediatamente entraram em contato com a Secretaria Municipal da Agricultura.
O Secretário Valmir
Morschcheiser esteve no local no dia 3
de setembro e constatou diversas rachaduras, de várias proporções em uma
extensão aproximada de 80 metros, onde se observava deslocamentos de terra, um
fenômeno interessante onde pode ser visto que entre duas rachaduras o solo
simplesmente afundou em torno de 3 metros, numa extensão de pelo menos 30
metros de comprimento, além de diversas outras fendas que se abriram sem poder
avaliar a profundidade. Preocupado com a possibilidade de deslizamento,
imediatamente o secretário Valmir acionou os integrantes da Defesa Civil e
alertou os moradores das proximidades sendo que suas casas corriam risco de
serem atingidas, o que poderia ocasionar uma tragédia. Em seguida a
Administração Municipal contratou um geólogo para uma avaliação técnica do
terreno, que confirmou o fenômeno emitindo um laudo onde consta que as
propriedades próximas devem ficar alerta e por motivo de segurança devem sair
de suas casas pois cedo ou tarde o terreno vai ceder, mas não é possível prever
quando isto irá acontecer e segundo o geólogo, estas primeiras fendas são os
sinais de alerta da natureza.
Valmir também percebeu que o volume de água da
chuva vinda do topo da montanha havia modificado seu curso invadindo a área de
terras e imediatamente tomou medidas de prevenção, construindo dois terraços
recapando com lona plástica para evitar a infiltração no terreno já
comprometido e desviando a água da chuva para os cursos anteriores. Na conversa
com os moradores das proximidades Valmir soube que esta não é a primeira vez
que a terra se movimenta neste local, foi informado que há cinco anos atrás,
numa época de chuvas mais acentuadas, o mesmo local deu sinais de movimentação
da terra, com abertura de fendas muito profundas em alguns locais e chegando até
a atravessar a estrada. Estes sinais ainda são visíveis e as marcas ainda podem
ser vistas. O Secretário continua monitorando o local e constatou que nas
chuvas deste final de semana nada se alterou e a água que desce do morro
escorreu pelo canal que foi aberto, não penetrando na área afetada.
Para
a Bióloga Letícia Zanotelli Fachini a área onde ocorreu o deslizamento em São Jacó é bastante
inclinada o que faz com que a ação da gravidade haja de modo intenso sobre o
solo, aliada as intempéries que ocasionam o desgaste do mesmo. Outro fator que
contribui para o desabamento foi à acumulação da água das chuvas.
Para
evitar novos deslizamentos ou o agravamento da situação deve-se manter a
cobertura vegetal diminuindo, assim, a velocidade e a intensidade das chuvas
sobre o solo, além de diminuir o excesso de infiltração da água. Outra opção
seria a construção de terraços, uma técnica milenar de formação de degraus no
solo, a qual é muito aplicável na agricultura, mas poderia ser aplicada no
local, pois evitarão a perda do solo, a velocidade e o volume de água a se
infiltrar durante as enxurradas.
No
entanto, acredito que o canal impermeabilizado com lona, construído pelo
Secretário de Agricultura, para o escoamento da água das chuvas, por si só já
resolverá a situação do local, uma vez que o canal captará e conduzirá o
excesso de água, agindo como um escoadouro, direcionado a água para locais mais
estáveis e seguros, além de diminuir a infiltração de água.
A área de terras atingida é de aproximadamente um
hectare o que coloca em alerta outras propriedades próximas e que se situam na
direção onde ocorreu o deslocamento do solo e mesmo separadas pela estrada
geral, estão na linha de risco como é o caso da Escola Municipal de São Jacó
que está desativada, uma casa desocupada da família Feil, proprietária da área
e também a casa de Venilde Frigieri. Do
outro lado, vizinhos a esta área está a propriedade de Vanderlei Fachi, onde a
granja avícola que tem os dois aviários já fica mais distante, mas a casa de
moradia construída recentemente fica
próxima ao local. Conversando com a esposa de Vanderlei, Patricia Fachi,
ela nos disse que eles estão cientes da situação, foram comunicados do risco e
estão monitorando o local, deverão ficar atentos para a situação de chuvas, a
quantidade de água, mas não vê nenhum risco mais grave pois o terreno está
estabilizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário