quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Alterações no solo causam preocupação em São Jacó


Um fenômeno um tanto curioso e raro está deixando os moradores da  localidade de São Jacó intrigados e receosos.  As chuvas torrenciais ocorridas no final de agosto e nos primeiros dias do mês de setembro provocaram um deslocamento de terras na propriedade da família Feil.
Por ser uma propriedade desabitada, o fenômeno só foi percebido pela família Facchi que passa por uma estrada de roça e constatou que em certo trecho a estrada havia sumido, percebendo então as rachaduras no solo. Imediatamente entraram em contato com a Secretaria Municipal da Agricultura.
O Secretário Valmir Morschcheiser  esteve no local no dia 3 de setembro e constatou diversas rachaduras, de várias proporções em uma extensão aproximada de 80 metros, onde se observava deslocamentos de terra, um fenômeno interessante onde pode ser visto que entre duas rachaduras o solo simplesmente afundou em torno de 3 metros, numa extensão de pelo menos 30 metros de comprimento, além de diversas outras fendas que se abriram sem poder avaliar a profundidade. Preocupado com a possibilidade de deslizamento, imediatamente o secretário Valmir acionou os integrantes da Defesa Civil e alertou os moradores das proximidades sendo que suas casas corriam risco de serem atingidas, o que poderia ocasionar uma tragédia. Em seguida a Administração Municipal contratou um geólogo para uma avaliação técnica do terreno, que confirmou o fenômeno emitindo um laudo onde consta que as propriedades próximas devem ficar alerta e por motivo de segurança devem sair de suas casas pois cedo ou tarde o terreno vai ceder, mas não é possível prever quando isto irá acontecer e segundo o geólogo, estas primeiras fendas são os sinais de alerta da natureza.
Valmir também percebeu que o volume de água da chuva vinda do topo da montanha havia modificado seu curso invadindo a área de terras e imediatamente tomou medidas de prevenção, construindo dois terraços recapando com lona plástica para evitar a infiltração no terreno já comprometido e desviando a água da chuva para os cursos anteriores. Na conversa com os moradores das proximidades Valmir soube que esta não é a primeira vez que a terra se movimenta neste local, foi informado que há cinco anos atrás, numa época de chuvas mais acentuadas, o mesmo local deu sinais de movimentação da terra, com abertura de fendas muito profundas em alguns locais e chegando até a atravessar a estrada. Estes sinais ainda são visíveis e as marcas ainda podem ser vistas. O Secretário continua monitorando o local e constatou que nas chuvas deste final de semana nada se alterou e a água que desce do morro escorreu pelo canal que foi aberto, não penetrando na área afetada.
Para a Bióloga Letícia Zanotelli Fachini a área onde ocorreu o deslizamento em São Jacó é bastante inclinada o que faz com que a ação da gravidade haja de modo intenso sobre o solo, aliada as intempéries que ocasionam o desgaste do mesmo. Outro fator que contribui para o desabamento foi à acumulação da água das chuvas.
Para evitar novos deslizamentos ou o agravamento da situação deve-se manter a cobertura vegetal diminuindo, assim, a velocidade e a intensidade das chuvas sobre o solo, além de diminuir o excesso de infiltração da água. Outra opção seria a construção de terraços, uma técnica milenar de formação de degraus no solo, a qual é muito aplicável na agricultura, mas poderia ser aplicada no local, pois evitarão a perda do solo, a velocidade e o volume de água a se infiltrar durante as enxurradas.
No entanto, acredito que o canal impermeabilizado com lona, construído pelo Secretário de Agricultura, para o escoamento da água das chuvas, por si só já resolverá a situação do local, uma vez que o canal captará e conduzirá o excesso de água, agindo como um escoadouro, direcionado a água para locais mais estáveis e seguros, além de diminuir a infiltração de água.

A área de terras atingida é de aproximadamente um hectare o que coloca em alerta outras propriedades próximas e que se situam na direção onde ocorreu o deslocamento do solo e mesmo separadas pela estrada geral, estão na linha de risco como é o caso da Escola Municipal de São Jacó que está desativada, uma casa desocupada da família Feil, proprietária da área e também a casa de Venilde Frigieri.  Do outro lado, vizinhos a esta área está a propriedade de Vanderlei Fachi, onde a granja avícola que tem os dois aviários já fica mais distante, mas a casa de moradia construída recentemente fica  próxima ao local. Conversando com a esposa de Vanderlei, Patricia Fachi, ela nos disse que eles estão cientes da situação, foram comunicados do risco e estão monitorando o local, deverão ficar atentos para a situação de chuvas, a quantidade de água, mas não vê nenhum risco mais grave pois o terreno está estabilizado.

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