Secretário
da agricultura de Capitão Valmir Morschheiser fala sobre a importância do controle da Brucelose e
da Tuberculose
Falar sobre Brucelose e
Tuberculose pode parecer assunto antigo, mas, na verdade, pode ser um tema bem
atual, visto o impacto econômico e a gravidade dessas doenças para a saúde
pública. O que acontece muitas vezes é que os produtores rurais obedecem a
normas impostas pelos órgãos competentes no controle dessas enfermidades sem
conhecer bem o porquê de estarem fazendo aquilo.
Para começar, a importância da Brucelose e da Tuberculose é tamanha que
mereceram a elaboração de um programa inteiro, exclusivamente destinado ao
controle e erradicação das mesmas. O PNCEBT (Programa Nacional de Controle e
Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal) foi instituído em 2001 pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com o objetivo de diminuir
o número de casos da doença (prevalência), assim como de novos casos
(incidência).
Para tal, é obrigatória a vacinação de bezerras com idade entre 3 e 8 meses
contra Brucelose, o sacrifício de animais positivos para qualquer uma das duas
doenças e a apresentação de atestado negativo para essas
enfermidades ao transportar animais destinados à reprodução para fora do estado
ou para ingressar em feiras e exposições. A Brucelose é comum tanto para gado
de corte, como para leite, porém, a Tuberculose é um problema mais sério para
os produtores de leite, porque esta se dissemina pelo ar, urina e fezes,
portanto, as chances de infecção são maiores em rebanhos mais confinados.
Uma vez que, só exigência sem incentivo tem chances reduzidas de sucesso, estão
sendo criados, em colaboração com a indústria, métodos de incentivar os
produtores a controlarem as doenças em seus plantéis. De acordo com a resolução
número 3207, de 2004 do Banco Central, é estabelecida uma linha de crédito para
reposição de matrizes positivas para brucelose e tuberculose aos produtores que
tenham aderido à certificação de propriedades livres ou monitoradas em relação
a estas doenças, às propriedades que estejam participando de inquérito
epidemiológico oficial em relação às doenças citadas, tenham tido animais
sacrificados em virtude de reação positiva a testes detectores de brucelose ou
tuberculose, atendam a todos os requisitos referentes à Instrução Normativa 6,
de 8 de janeiro de 2004, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e outros normativos correlatos.
As medidas de erradicação da Brucelose e Tuberculose das propriedades visam não
somente a saúde dos animais, como a saúde do produtor, de seus familiares,
tratadores, trabalhadores da propriedade e dos consumidores dos produtos de
origem animal. Tendo em vista que estas são doenças de caráter zoonótico, sendo
transmitidas do animal para o homem quando há o consumo de produtos oriundos de
animais infectados ou contato com estes. Em humanos, a contaminação se dá
principalmente pelo consumo de leite e carne crua ou mal passada, oriundos de
animais infectados. Como o agente da doença é eliminado pelo ar expirado,
fezes, urina, leite e outros fluidos corporais dos bovinos, os trabalhadores
das propriedades rurais e da indústria de alimentos também estão no grupo de
risco da doença. Isso se torna mais preocupante pelo fato de os animais
infectados eliminarem a bactéria antes do aparecimento dos sintomas. Vale
lembrar que os humanos portadores de tuberculose também podem ser fonte de
infecção para o rebanho. As lesões em humanos variam de acordo com a via de
penetração inicial da bactéria.
Assim como na Brucelose, é importante exigir o exame de tuberculose antes de
adquirir um animal. Também é medida de controle ter instalações que permitam a
entrada da luz solar e evitar a aglomeração de animais em estábulos.
A partir de tudo isso, fica claro o porquê de se fazer um controle e manejo
estratégico de eliminação destas duas doenças. O diagnóstico das duas doenças é
simples e pode ser feito por médico veterinário habilitado.
O produtor pode obter a certificação de propriedade livre ou monitorada. Além
dos benefícios sanitários, isso trará benefícios econômicos, já que haverá a
redução dos prejuízos ocasionados pelas doenças, maior credibilidade sanitária
de seus produtos, levando a maiores valores agregados e facilidades no trânsito
de animais.
Hoje Capitão é considerado um município
livre da brucelose e tuberculose, devido ao monitoramento anual do rebanho que
começou com o projeto piloto desde 2009.Sendo que Capitão é o único município, em nível nacional e estadual,
que subsidia 100% o teste de tuberculose para os produtores, tanto do gado
leiteiro quanto o gado de corte.
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