quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Secretário da agricultura de Capitão Valmir Morschheiser fala sobre a  importância do controle da Brucelose e da Tuberculose
Falar sobre Brucelose e Tuberculose pode parecer assunto antigo, mas, na verdade, pode ser um tema bem atual, visto o impacto econômico e a gravidade dessas doenças para a saúde pública. O que acontece muitas vezes é que os produtores rurais obedecem a normas impostas pelos órgãos competentes no controle dessas enfermidades sem conhecer bem o porquê de estarem fazendo aquilo. 

Para começar, a importância da Brucelose e da Tuberculose é tamanha que mereceram a elaboração de um programa inteiro, exclusivamente destinado ao controle e erradicação das mesmas. O PNCEBT (Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal) foi instituído em 2001 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com o objetivo de diminuir o número de casos da doença (prevalência), assim como de novos casos (incidência).

Para tal, é obrigatória a vacinação de bezerras com idade entre 3 e 8 meses contra Brucelose, o sacrifício de animais positivos para qualquer uma das duas doenças  e  a apresentação de atestado negativo para essas enfermidades ao transportar animais destinados à reprodução para fora do estado ou para ingressar em feiras e exposições. A Brucelose é comum tanto para gado de corte, como para leite, porém, a Tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite, porque esta se dissemina pelo ar, urina e fezes, portanto, as chances de infecção são maiores em rebanhos mais confinados.

Uma vez que, só exigência sem incentivo tem chances reduzidas de sucesso, estão sendo criados, em colaboração com a indústria, métodos de incentivar os produtores a controlarem as doenças em seus plantéis. De acordo com a resolução número 3207, de 2004 do Banco Central, é estabelecida uma linha de crédito para reposição de matrizes positivas para brucelose e tuberculose aos produtores que tenham aderido à certificação de propriedades livres ou monitoradas em relação a estas doenças, às propriedades que estejam participando de inquérito epidemiológico oficial em relação às doenças citadas, tenham tido animais sacrificados em virtude de reação positiva a testes detectores de brucelose ou tuberculose, atendam a todos os requisitos referentes à Instrução Normativa 6, de 8 de janeiro de 2004, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e outros normativos correlatos. 
As medidas de erradicação da Brucelose e Tuberculose das propriedades visam não somente a saúde dos animais, como a saúde do produtor, de seus familiares, tratadores, trabalhadores da propriedade e dos consumidores dos produtos de origem animal. Tendo em vista que estas são doenças de caráter zoonótico, sendo transmitidas do animal para o homem quando há o consumo de produtos oriundos de animais infectados ou contato com estes. Em humanos, a contaminação se dá principalmente pelo consumo de leite e carne crua ou mal passada, oriundos de animais infectados. Como o agente da doença é eliminado pelo ar expirado, fezes, urina, leite e outros fluidos corporais dos bovinos, os trabalhadores das propriedades rurais e da indústria de alimentos também estão no grupo de risco da doença. Isso se torna mais preocupante pelo fato de os animais infectados eliminarem a bactéria antes do aparecimento dos sintomas. Vale lembrar que os humanos portadores de tuberculose também podem ser fonte de infecção para o rebanho. As lesões em humanos variam de acordo com a via de penetração inicial da bactéria.

Assim como na Brucelose, é importante exigir o exame de tuberculose antes de adquirir um animal. Também é medida de controle ter instalações que permitam a entrada da luz solar e evitar a aglomeração de animais em estábulos.

A partir de tudo isso, fica claro o porquê de se fazer um controle e manejo estratégico de eliminação destas duas doenças. O diagnóstico das duas doenças é simples e pode ser feito por médico veterinário habilitado.

O produtor pode obter a certificação de propriedade livre ou monitorada. Além dos benefícios sanitários, isso trará benefícios econômicos, já que haverá a redução dos prejuízos ocasionados pelas doenças, maior credibilidade sanitária de seus produtos, levando a maiores valores agregados e facilidades no trânsito de animais.

Hoje Capitão é considerado um município livre da brucelose e tuberculose, devido ao monitoramento anual do rebanho que começou com o projeto piloto desde 2009.Sendo que Capitão é o único município, em nível nacional e estadual, que subsidia 100% o teste de tuberculose para os produtores, tanto do gado leiteiro quanto o gado de corte.


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